A lua já vai alta no céu,
hoje nela eu pude ler.
O sentimento que há em mim,
em quem mais eu poderia ser?
Nada, esta é a grande verdade.
Ninguém nada nunca esperou.
Sou eu que espero da saudade.
A volta de quem não voltou.
Seria mentira dizer que não sinto.
Um pouco de tristeza por tudo.
Perdido no sentimento, admito,
e com o ressentimento eu luto.
Eu sou infantil
E infantilmente eu sofro
por algo que não poderia ser
de outro jeito, eu morro.
Assim é a nossa velhice,
Morrer cada dia um pouco.
Aceitando com maturidade.
O que poderia ser mais louco?
Mas a lua está no céu,
quase cheia em si.
O que está escuro
é só um pequeno véu.
Nada meu sobrou em ti.
Na noite avançada.
O mar ondula na sombra.
Enquanto o céu escuro aguarda.
A lua passa sempre aluada.
Não são todos que amar podem.
A lua não sabe de nada,
continua em seu vai e vêm
vazia mesmo quando encantada.
Dante Locatelli
30/07/2023
Dante Vitoriano Locatelli nascido em São Paulo 10/06/66, é radicado de Resende e atua como médico Cirurgião plástico. Poeta com publicações desde 2016 em vários formatos, escritor de dois livros da série Stella e publicações no blog Naquele Segundo e veiculado no Facebook, Twitter (X) e Instagram
Publicado originalmente em: https://naquelesegundo.blogspot.com/2023/07/o-ceu-lua-e-o-mar.html
"Vazia mesmo quando encantada"
Lindo!