“Do you know where you're going to? Do you like the things that life is showing you?”
Você sabe para onde está indo? Você gosta das coisas que a vida tem te mostrado? (Trad.)
Theme from Mahogany - Diana Ross
Ficar ali parado, pensando na vida, ouvindo música, em certos momentos, é demasiado perigoso ou divertido pensar no passado ou no futuro, tanto faz.
A música toca, o pensamento desliza, foge do controle e começa a viagem. Se se permitisse avisos iniciais, dir-se-ia: disponha-se a usufruir da viagem, porém não se deixe escravizar ao passado, não há como revivê-lo; as conquistas banais que criam falsas sensações; recordações amargas ou incomodas que acrescentam nada; evite juízos pessoais distorcidos que tentam avaliar o passado com valores de hoje e tornam-se algozes unidos para aprisionar desavisados inocentes que se punem sem justificativa nem precedentes.
Em caso de despressurização, utilize a máscara de segurança do bom senso. Em estações pouco atraentes não se obrigue a descer. Respeite o tempo de parada para não atrasar a viagem. A estação passada? Passou.
Os passageiros interessantes ou não, se vão. Afora isto a viagem tornar-se-á agradável, enquanto belo exercício para exorcizar fantasmas, dispensar do luto pelo não vivido, valorizar a caminhada fruto das decisões tomadas ou não se culpar ou punir pelos deslizes cometidos. Livre pensar não é só pensar precisa colocar qualidade no ato de pensar para não perder, no mínimo, tempo.
Pensamento vira ideia, que vira hábito que vira natureza; então é relevante cuidar do ato de pensar para não administrar ou se escravizar por uma natureza ruim.
Quando se trata de pensar nas ações do outros o cuidado deve ser maior ainda pois pensamento vira juízo que vira julgamento que vira condenação do outro.
Souvenir só entulha gaveta, melhor limpar a memória para futuras viagens. E quando a viagem acabar, vida que segue e “seguir em frente e segurar o rojão” porque vida começa com V de volta, mas o restante é ida.
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Sobre o autor:
Sebastião Ramos natural de Resende-Rj , militar da reserva, formado em Pedagogia pela AEDB onde atuou como professor universitário e orientador educacional no CSA. apreciador de boa leitura e arrisca escrever textos sobre o cotidiano.
Muito lindo , concordo plenamente
Realmente a viagem que nos leva ao passado é cheia de armadilhas e muitas das vezes caímos na pior delas: a culpa. Melhor encarar a viagem para o futuro onde os sonhos a realizar são desejos perfeitos e totalmente possíveis.